Doenças que podem fazer com que os níveis de colesterol sejam aumentados Síndrome metabólica A síndrome metabólica é o conjunto de três ou mais doenças associadas ao excesso de peso ou obesidade. É mais freqüente em pessoas com excesso de gordura na região abdominal, a chamada gordura visceral. Este tipo de gordura está relacionado com a incidência maior de doenças.
As doenças ligadas à síndrome metabólica são hipertensão arterial, resistência à insulina, colesterol elevado, redução do HDL (colesterol bom) e aumento do LDL (colesterol ruim), triglicérides elevado e intolerância à glicose.
O tratamento para a síndrome metabólica é baseado em eliminação de peso, prática de atividade física, e em certos casos é necessário o uso de medicamentos.
Hipertensão ArterialA hipertensão arterial ocorre quando há um aumento da pressão, podendo ocasionar vários problemas cardiovasculares.
Resistência à InsulinaA resistência à insulina ou hiperinsulinemia é uma doença onde há um aumento na produção de insulina, que é um hormônio produzido pelo pâncreas, para tentar manter os níveis de glicose sangüínea normais. Assim, os níveis de glicemia estão freqüentemente normais, mas a insulina está elevada.
Este é um fator de risco para o diabetes tipo 2 e resulta em algumas alterações como diminuição do HDL-colesterol e aumento do triglicérides.
DiabetesNo Brasil, cerca de 17 milhões de pessoas (10% da população) estão diabéticas.
O diabetes é caracterizado pelo aumento de glicose no sangue por deficiência de insulina ou por resistência à insulina. Existem 2 tipos: tipo I (insulino-dependente), geralmente adquirida por fatores genéticos e tipo II (não insulino-dependente), comumente causada pela obesidade e outros fatores ambientais. Podemos citar alguns fatores de risco, como histórico familiar de diabetes, sedentarismo, obesidade, doenças coronarianas e outros.
Colesterol elevadoO colesterol total é composto pelas frações: HDL (colesterol bom) e LDL (colesterol ruim) e triglicérides. Ele também é diagnosticado através do exame de sangue, sendo normal até 200mg/dl.
Os níveis aumentados de colesterol total, LDL-colesterol (>200 mg/dl) e triglicérides (>150mg/dl) podem acarretar em entupimento de veias e artérias causando o infarto e derrame. Como prevenção deve-se evitar gordura saturada, presente em produtos de origem animal, como manteigas, leite integral e derivados, carnes gordas, pele de frango, frituras em geral etc.
O colesterol total é composto pelas frações: HDL (colesterol bom) e LDL (colesterol ruim) e triglicérides. Ele também é diagnosticado através do exame de sangue, sendo normal até 200mg/dl.
Níveis adequado de colesterolDislipidemiasDesignam-se dislipidemias as alterações metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, que ocasionem repercussão nos níveis séricos das lipoproteínas.
As dislipidemias podem ser dividias em primárias ou secundárias.
Primárias: Aquelas dislipidemias relacionadas a fatores genéticos, ou seja, a pessoa tem uma pré-disposição genética para desenvolver a doença.
Secundária: Aquelas dislipidemia relacionadas com o uso de fármacos como diuréticos, betabloqueadores, corticosteróides, como consequencia de doenças como insuficiência renal, hipertiroidismo, alcoolismo e uso excessivo de anabolizantes.
As dislipidemias primárias pode ser dividida em quatro tipos: Hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada, hiperlipidemia mista e redução isolada do HDL-colesterol.
Estudo de FraminghamHá mais de 55 anos, uma cidade dos Estados Unidos, Framingham em Massachusetts, foi selecionada pelo governo americano para ser o local de um estudo cardiovascular. Foram inicialmente recrutados 5.209 residentes saudáveis entre 30-60 anos de idade para uma avaliação clínica e laboratorial extensiva. Desde então a cada 2-4 anos, esta população e, atualmente as gerações descendentes, é reavaliada cuidadosamente e acompanhado em relação ao desenvolvimento de doença cardíaca. O consagrado
estudo de Framingham foi uma das primeiras coortes onde foi demonstrando a importância de alguns fatores de risco para o desenvolvimento de doença cardíaca e cerebrovascular 1. Parece inconcebível, mas antes do Framingham, a maioria dos médicos acreditava que aterosclerose era um processo de envelhecimento inevitável, a hipertensão arterial um resultante fisiológico deste processo que auxiliava o coração a bombear o sangue pelas artérias com lúmen reduzido. Foram mais de 1.000 publicações somente nesta coorte de paciente e milhares de outras que nos levaram,
ao longo das últimas décadas, para um entendimento detalhado e aprofundado das características individuais e ambientais relacionadas com maior probabilidade de doença cardíaca 2. Estudos estes que confirmaram a importância do tabagismo, níveis elevados de colesterol LDL, baixos de HDL, diabete melito, hipertensão arterial sistêmica, história familiar, obesidade, sedentarismo, obesidade central, síndrome plurimetabólica e ingesta de álcool como fatores fortemente relacionados com aterosclerose e suas manifestações clínicas.
AteroscleroseAterosclerose é a doença inflamatória crónica na qual ocorre a formação de ateromas dentro dos vasos sanguíneos.
Os ateromas são placas, compostas especialmente por lipídos e tecido fibroso, que se formam na parede dos vasos. Levam progressivamente à diminuição do diâmetro do vaso, podendo chegar a obstrução total do mesmo. A aterosclerose em geral é fatal quando afecta as artérias do coração ou do cérebro, órgãos que resistem apenas poucos minutos sem oxigênio.
Quais são as causas da aterosclerose?
A aterosclerose é causada pelo acúmulo de lípides (gorduras) nas artérias, que podem ser fabricados pelo próprio organismo ou adquiridos através dos alimentos. Ela começa quando monócitos (um tipo de leucócito mononuclear) migram da corrente sangüínea e depositam-se nas paredes arteriais e passam a acumular gorduras, principalmente colesterol, formando as placas ateroscleróticas ou ateromas.
As artérias afetadas pela aterosclerose perdem elasticidade e, à medida que essas placas de gordura crescem, as artérias estreitam-se.
Eventualmente essas placas podem se romper, havendo o contato das substâncias do interior da placa com o sangue, o que produz a imediata coagulação do sangue e, como conseqüência, a obstrução total e súbita do vaso, o que leva ao infarto do miocárdio.
Quais são os sintomas da aterosclerose?
Usualmente, a aterosclerose não produz qualquer tipo de sintoma até que um estreitamento acentuado ou obstrução de uma ou mais artérias ocorra. À medida que a aterosclerose estreita a artéria, o órgão afetado pode deixar de receber sangue suficiente para oxigenar os seus tecidos.
O sintoma depende do órgão afetado pela obstrução da artéria. Assim, se as artérias acometidas são as que levam sangue para o cérebro, a pessoa poderá sofrer um acidente vascular cerebral (derrame); ou se são aquelas que levam sangue para as pernas, ela sentirá dor ao caminhar (claudicação intermitente), podendo chegar até à gangrena; no caso de obstrução nas artérias coronárias (vasos que levam sangue ao coração), o sintoma será dor no peito, o que caracteriza a "angina" ou o "infarto" do coração.
Esses sintomas desenvolvem-se gradualmente, à medida que a artéria é obstruída.
Quais são os fatores de risco para a aterosclerose?
Estudos identificaram que certos indivíduos têm maior propensão ao desenvolvimento dessa doença. São aqueles que apresentam os chamados fatores de risco para aterosclerose, como o tabagismo, a alteração dos lípides ou gorduras sangüíneas (colesterol e/ou triglicérides), o aumento da pressão arterial, o diabete, a obesidade, a vida sedentária e estresse emocional.
Idosos, indivíduos do sexo masculino, mulheres após a menopausa e pessoas com antecedentes familiares de aterosclerose também têm maior tendência a desenvolver a doença.
Como a aterosclerose pode comprometer o organismo?
A aterosclerose pode afetar as artérias de órgãos vitais como o cérebro, coração e rins.
Se a aterosclerose não for evitada, ela pode comprometer o funcionamento desses órgãos e até mesmo levar à morte. A aterosclerose pode causar derrame cerebral, infarto do coração, claudicação intermitente etc.
Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil, a aterosclerose é a principal causa de doenças e óbitos na população de mais de 50 anos.
Como evitar a aterosclerose?
A aterosclerose pode ser evitada combatendo-se os fatores de risco - nível de colesterol alto no sangue, hipertensão arterial, tabagismo, obesidade e sedentarismo, ou seja, dependendo do fator de risco do indivíduo, a prevenção consiste em diminuir o nível de colesterol no sangue, diminuir a pressão sangüínea, deixar de fumar, perder peso ou começar um programa de exercícios.
Evitar alimentos que produzem aumento de colesterol no sangue (os alimentos de origem animal - carnes e derivados, frutos do mar, leites e derivados, etc.) e ingerir alimentos sem colesterol (frutas, legumes, verduras, tubérculos e cereais) são hábitos que contribuem para controlar o nível de colesterol no sangue.
A prática de exercícios pode levar à redução de peso, que por sua vez ajuda a diminuir o nível de colesterol no sangue.
Parar de fumar ajuda a diminuir o nível de colesterol no sangue e a diminuir a pressão sangüínea. O fumo diminui o nível de "colesterol bom" no sangue - HDL colesterol - e aumenta o nível de "colesterol ruim" no sangue - LDL colesterol, contrai a parede arterial, diminuindo ainda mais o fluxo sangüíneo na artéria já obstruída pelo colesterol.
Hipercolesterolemia familiarA hipercolesterolemia familiar demonstra como o descobrimento das bases genéticas de uma doença pode aumentar enormemente nosso entendimento da patologia e guiar o futuro tratamento. Hipercolesterolemia familiar é uma doença autossômica dominante. Esta doença é relativamente comum, afetando um em cada 500 indivíduos. A principal manifestação clínica desta doença é um distúrbio arteriesclerótico cardiovascular acelerado. Entre os pacientes que sofreram infarte do miocárdio antes dos 60 anos, a incidência de hipercolesterolemia familiar é de um em cada 20. A doença é caracterizada pela elevação do colesterol no soro, estando em uma faixa de 300-600 mg/dL e uma elevada taxa de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), normalmente maior do que 200 mg/dL. Pacientes com hipercolesterolemia familiar possuem freqüentemente xantomas visíveis como um sinal da elevação dos lipídios. Indivíduos homozigotos para hipercolesterolemia familiar são raros, aproximadamente um em um milhão. Homozigotos são mais severamente afetados, freqüentemente sofrendo manifestações da doença arterioesclerótica cardiovascular quando criança e morrendo devido a essa doença antes dos 30 anos de idade.
Indivíduos heterozigotos para hipercolesterolemia familiar possuem um defeito na formação de receptores de LDL funcionais na superfície de suas células. Em heterozigotos, existe uma diminuição no número de receptores normais funcionais; os homozigotos possuem uma ausência de receptores. Quando LDLs se ligam funcionalmente aos receptores de LDL na célula, a partícula de LDL é internalizada na célula por uma estrutura especializada chamada buraco coberto. Quando o LDL é internalizado via um desses buracos cobertos, ele se degrada em colesterol livre. Este colesterol livre é um importante sinal regulador intracelular que resulta numa diminuição de ingestão celular do colesterol exógeno. Em heterozigotos com função anormal dos receptores de LDL, o sinal para limitar a ingestão de colesterol exógeno ainda é recebido, mas apenas em altos níveis de LDL. Concluindo, esses indivíduos possuem um mecanismo homeostático qualitativamente normal, mas que funciona apenas em altos níveis de LDL e colesterol. Isto resulta em distúrbio arterioesclerótico acelerado.
O defeito genético em hipercolesterolemia familiar não se deve apenas a uma única mutação em todos os indivíduos afetados. Diferentes mutações foram encontradas em diferentes porções do gene. O estudo dessas mutações tem sido um instrumento fornecedor de conhecimento com relação ao entendimento detalhado da biossíntese do LDL e do colesterol e a utilização celular.
Quatro classes principais de mutações foram encontradas. A mutação mais comum é o bloqueio no nível do gene resultando na falha da síntese do receptor de LDL. Na segunda classe de mutações, o receptor é sintetizado, mas a molécula protéica não é transportada do retículo endoplasmático à região do Complexo de Golgi na célula. O efeito disso é que o receptor nunca alcança a superfície celular. Na terceira classe de mutações, o receptor está normalmente localizado na superfície celular mas a ligação ao LDL falha devido a um defeito molecular na estrutura do receptor. A quarta classe de mutações vista em hipercolesterolemia familiar é caracterizada pela produção de um receptor de LDL normal que não se liga na região anatômica crítica do buraco coberto na superfície da célula, bloqueando então sua função.
O entendimento dos caminhos da biossíntese de LDL e colesterol e a interação destes com o receptor de LDL sugere o uso racional de diversas terapias. Restrições alimentares diminuindo o colesterol exógeno realmente produzem alguma diminuição nos níveis de colesterol e LDL no soro. Uma terapia alternativa é interferir com a circulação enterohepática da bile (rica em colesterol) usando resinas de troca de íon como a colestiramina. Também é possível interferir com a síntese do colesterol endógeno através da droga lovastatina.
Em resumo, estas terapias, individualmente ou combinadas, podem diminuir com sucesso as concentrações sanguíneas de LDL e colesterol a um nível muito próximo das taxas normais dos indivíduos heterozigotos para hipercolesterolemia familiar. Em homozigotos, onde nenhum receptor funcional de LDL está presente, essas terapias têm menos sucesso porque o caminho está qualitativamente interrompido ao invés de quantitativamente diminuído. Homozigotos com hipercolesterolemia familiar têm sido tratados com transplante de fígado no sentido de mantê-los com uma fonte celular que contenha um gene funcional. Isto algumas vezes deve estar combinado com transplante de coração para remover o problema já presente nas artérias coronárias secundárias devido aos altos níveis de colesterol.
Hipertrigliceridemia Hipertrigliceridemia é forma de dislipidemia, mais correta e especificamente hiperlipidemia vinculada aos níveis séricos sangüíneos apenas dos triglicerídeos (triacilgliceróis), que se caracteriza pela elevação, acima dos níveis considerados normais, das concentrações séricas dos triglicerídeos. Quando se dá como hiper-disfunção singular, chama-se hipertrigliceridemia pura. Em conjunto com a hipercolesterolemia, chama-se hiperlipidemia conjugada ou hiperlipidemia mista.
Hipertrigliceridemia — isolada ou conjunta com hipercolesterolemia — podem contribuir para a instalação ou o agravamento de quadro clínico de ateroesclerose e, assim, são consideradas situações de risco. Isso é especialmente preocupante se tais níveis elevados de um ou de ambos (colesterol e triglicerídeos) são conjugadas com hábitos imoderados em ingestão de bebidas alcoólicas e/ou uso de derivados do tabaco, bem assim com vida sedentária.
Tratamento das dislipidemiasO tratamento das dislipidemias compreende em alimentação saudável e prática de exercícios. Em alguns casos, é necessária a utlização de fármacos até mesmo durante a vida toda.
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