quarta-feira, 25 de junho de 2008
Painel 1 - O que é o colesterol? Estrutura,Origem e Função
Molécula que pertence ao grupo dos estérois, que são compostos esteróides combinados com álcool. Os esteróides possuem o núcleo composto de quatro anéis cíclicos( sendo três deles com 6 átomos de carbono e um com 5) e uma cadeia de hidrocarbonetos lateral.
O acetato é o único precursor que fornerce todos os átomos de carbono para sua biossíntese, porém as unidades de isopreno( unidades simples com 5 átomos de carbono) são essenciais nessa via que vai do acetato até o colesterol.
Acetato
Isopreno
Sua fórmula química é:C27H46O
Algumas propriedades do colesterol segundo suas estruturas moleculares:
- seu agrupamento -OH confere-lhe um fraco caráter anfifílico;
- seu sistema de anéis fusionados lhe fornece uma rigidez maior do que outros lipídeos de membrana;
- pode aparecer de forma esterificada, formando longas cadeis de ácidos graxos chamados estéres de colesteril;
- insolúvel em água e no sangue;
- transportado no plasma sangüíneo, para isso se liga a lipoproteínas
É o principal esterol nos tecidos animais. Em sua forma pura é um sólido cristalino, brando e inodoro.
ORIGEM
Pode ter origem exógena e endógena.
Exógena: proveninte da dieta alimentar de origem animal. É capturado no trato gastrointestinal, emulsificado, digerido por enzimas hidrolíticas, absorvidos por células da mucosa intestinal(enterócito), passa para a linfa, tecido muscular para obtenção de energia, tecido adiposo para armazenamento e o remanescente é levado para o fígado através dos quilomícrons.
Endógena: sintetizado pelo próprio organismo.
Assim como os ácidos graxos é construído a partir do acetil-Coa, com o uso do NADPH da via das pentoses. A síntese ocorre principalmente no fígado, mas ocorre também no córtex da adrenal e nos tecidos reprodutores. Cerca de 75% do colesterol presente no organismo é de proveniência endógena.
FUNÇÂO
- Construir e manter as membrnas celulares;regular a fluidez em diversas faixas de temperatura. Sendo que o grupo hidroxila presente no colesterol interage com as cabeças fosfatos da membrana celular, enquanto a maior parte dos esteróides e da cadeia de hidrocarbonetos ficam nergulhados no interior da membrana.E ainda reuz a permeabilidade da membrana plasmática aos íons de hidrogênio(H) e sódio(Na).
- Fabricação da Bile: é através dos ácidos biliares o único meio significativo pelo qual o colesterol pode ser excretado. É convertido a ácido biliares por ser mais hidrofóbico, o que facilita sua excreção. Os ácido biliares são secretados no duodeno, são agentes emulsificantes que ajudam na absorção de lipídeos e de vitaminas liposolúveis.
- Importante para o metabolismo das vitaminas lipossolúveis A,D,E e K:
# Vitamina A ou retinol:
# Vitamina D ou coleciferol: promove a absorção de cálcio no organismo(após absorção de luz solar), essencial para o desenvolvimento normal de ossos e dentes.Funcionalmente, atua como um hormônio que mantêm as concentrações de cálcio e fosfóro no sangue atrvés do aumento ou diminuição da absorção desses minerais no intestino delgado. É sintetizada a partir de um intermediário da biossíntese do colesterol, o 7-de-hidrocolesterol.
# Vitamia E (tocoferol): previne o dano celular ao inibir a peroxidação lipídica, a formação de radicais livres e doenças cardiovasculare. Previne a oxidação espontânea dos elementos polinsaturados e protege em termos funcionais estruturas celulares importantes dos tecidos.
#Vitamina K: denota de um grupo de vitaminas lipofílicas e hidrofóbicas que são necessárias para a modificação pós-transducional de certas proteínas, principalmente necessária para a coagulação do sangue. K2 é produzida normalmente por bactérias do intestino.
-Síntese de hormônios esteróides: é o precursor de todas as classes de hormônios esteróides; glicocorticóides(cortisol), mineralocorticóides(aldosterona) e hormônios sexuais. Os glicocorticóides e os mineralocorticóides são produzidos pelo córtex da adrenal e os hormônios sexuais pelas gônadas de ambos os sexos e na placenta.
A síntese ocorre na sequência onde:
# O colesterol é convertido em pregnenolona;
# Após, a pregnenolona é tranportadada para o retículo endoplasmático onde é convertido em progesterona;
# Quando modificado o progesterona dá origem a hormônios como o cortisol, testosterona e aldosterona.
Painel 2 - Gorduras, Biossíntese, Regulação e Excreção do Colesterol
Os alimentos, tanto os naturais como os processados, podem conter vários tipos de gordura. Alguns
tipos têm efeito positivo à saúde, aumentando o HDL, que é o "colesterol bom" enquanto outros podem ser prejudiciais, aumentando o nível de LDL, o "colesterol ruim". Mesmo os tipos de gordura benéfica devem ser consumidos com moderação, pois qualquer tipo de gordura contém mais calorias do que proteínas e carboidratos.
Sabemos que tem dois tipos de gorduras:
•Gordura saturada (prejudicial)
São aquelas gorduras formadas por ácidos graxos saturados . É fonte de ácido araquidônico, perigoso para a saúde, e responsável
por problemas inflamatórios e doenças degenerativas. Por isso, deve
ser consumida com moderação. São muito prejudiciais ao organismo. No
geral, especialistas condenam a gordura saturada, relacionando-a com o
aumento de problemas cardíacos. São as gorduras que apresentam maior correlação com as doenças cardiovasculares, e colesterol elevado. Quando em excesso na dieta estimula a deposição de colesterol nas artérias dificultando a circulação sanguínea.
•Gorduras insaturadas
São aquela formadas por ácidos graxos insaturados como o oleico ou
palmitoleico. São líquidas na temperatura ambiente e comumentemente
são conhecidas como azeites ou óleos vegetais. São exemplos os azeites
de oliva e girassol. São as mais saudáveis para o corpo humano. Eleva o nível da lipoproteína de alta densidade no sangue (HDL ou "colesterol bom"); Reduz o nível de lipoproteína de baixa densidade no sangue (LDL, ou "colesterol ruim"); Reduz a formação e/ou manutenção de placas de gordura.
As gorduras insaturadas, podem ser divididas em:
o Monoinsaturada (benéfico)
o Poliinsaturada (benéfico)
o Gordura trans (prejudicial)
Os 2 primeiros tipos de gorduras insaturadas têm um efeito positivo para a
saúde. A substituição de gorduras saturadas por insaturadas ajuda a
diminuir o nível de colesterol no sangue. O corpo necessita de
gorduras para que o corpo absorva as vitaminas A, D, E e K. Porém, seu
consumo deve ser moderado pois todos os tipos de gorduras também são
ricos em calorias. As gorduras monoinsaturada e poliinsaturada que são boas para a saúde, já que reduzem o mau colesterol e a formação ou manutenção de placas de gorduras, diminuindo assim o risco de doenças cardiovasculares e hipertensão arterial.
Gordura Monoinsaturada:
Entre suas fontes destacam-se o azeite de oliva, óleo
de Canola, o abacate, as azeitonas, a castanha-de-caju, as amêndoas e
o pistache. Pode ser encontrada também nos óleos de girassol, gergelim
e amendoim. É saborosa e fornece energia para aumentar o metabolismo
basal, sem estimular a secreção de insulina.
Gordura Poliinsaturada:
(ácidos graxos ômega 3) É excelente para reduzir o mau
colesterol (LDL), diminuir o risco de doenças cardiovasculares e
hipertensão arterial. Esses ácidos graxos controlam os mecanismos de
inflamação, vasodilatação e reação alérgica, além e outros beneficios.
Por isso o consumo adequado de ômega 3, presente nos peixes,
principalmente de águas frias e nas sementes de linhaça é tão
importante na prevenção de doenças cardiovasculares e para uma boa
saúde. Alguns trabalhos sugerem um aumento do QI de crianças em que as
mães consumiram mais ômega 3 durante a gravidez. A gordura
poliinsaturada pode ser encontrada também nos seguintes
alimentos:peixes e frutos do mar (Ômega-3, 6, 9), soja, óleo de peixe,
grãos.
Omega3 deve ser incluído na dieta alimentar assim como o omega6, pois eles auxiliam a diminuir os níveis do colesterol ruim (de triglicérides) e colesterol total. Porem o excesso pode baixar o nivel de colesterol bom à saúde. E a ingestão exagerada do omega3 pode retardar a coagulação sanguínea.
Gordura trans:
As Gorduras Trans são encontradas em produtos industrializados, após
um processo de hidrogenação de óleos vegetais, como acontece com a
margarina. A razão pela qual a hidrogenação de óleos vegetais é
atraente para a indústria de alimentos é que ela proporciona diversas
vantagens como:
aumento da validade do produto
podem substituir óleos feitos com gordura animal, portanto, pode ser
comercializado para atender aos vegetarianos e outras culturas onde a
gordura de porco não é permitida.
menor necessidade de regrigeração
As gorduras trans também podem ser encontradas em pequenas
quantidades naturalmente, como no leite de animais ruminantes.
É quimicamente semelhante à gordura saturada e até mais prejudicial do que ela. A gordura trans aumenta mais ainda o colesterol LDL do que a própria gordura saturada. São encontradas em produtos industrializados após um processo de hidrogenação.
O consumo de gordura trans em maiores quantidades esta ligado ao desenvolvimento de doenças do coração.
Sabe-se também que além de aumentar o nível de LDL (mau) no organismo, diminui o de HDL (bom).
Biossíntese do Colesterol
Todos nós temos colesterol no sangue, mas se esses níveis crescem acima do normal, o risco de desenvolver doença coronariana aumenta muito, pois ele se deposita na parede das artérias, formando placas de gordura que levarão ao enrijecimento das paredes das artérias e obstrução progressiva da circulação sangüínea.
O colesterol é um tipo de gordura fabricada principalmente pelo fígado. Este colesterol é chamado de endógeno (produzido pelo próprio organismo). Há também o colesterol proveniente da alimentação, chamado de exógeno.
O processo da síntese do colesterol ocorre em quatro etapas:
1. A condensação de três moléculas de Acetil-CoA produz HMG-CoA, que é reduzida a mevalonato.
2. Mevalonato é convertido na unidade isoprenóide, o isopentenil-pirofosfato, através de fosforilação à custa de ATP e descarboxilação.
3. Seis unidades isoprenóides formam o esqualeno, um composto linear de 30 carbonos, à custa de redução por NADPH e produção de PPi.
4. A conversão de esqualeno em colesterol envolve a ciclização de esqualeno, através de vários passos que incluem a perda de 3 grupos metil e consumo de NADPH e O2.
Regulação da síntese do colesterol
• Inibição por feed-back: o colesterol proveniente da dieta inibe a síntese do colesterol no fígado, mas não no intestino, através da inibição da HMG-CoA redutase.
• Regulação hormonal: insulina aumenta a atividade da HMG-CoA redutase enquanto glucagon e cortisol inibem a atividade da enzima.
Excreção do Colesterol
O colesterol é excretado do fígado na bile e é absorvido nos intestinos. Dentro de certas circunstâncias, quando está mais concentrado, como na vesícula biliar, ele se cristaliza e é um dos principais constituintes da maioria das pedras na vesícula biliar, embora possam ser formadas, menos freqüentemente, pedras de lecitina e bilirrubina na vesícula biliar.
Painel 3 - Solubilidade, Lipoproteínas, Classificação das lipoproteínas, Transporte das lipoproteínas, O colesterol no sangue, Apoproteínas
Solubilidade
•Colesterol: Composto hidrofóbico.
• Transporte no plasma sanguíneo é feito através das lipoproteínas.
• É transportado na forma de colesterol puro e éster de colesterol.
Lipoproteínas
Lipoproteína é um conjunto de proteínas e lipídeos, arranjados de forma a otimizar o transporte dos lipídeos pelo plasma. Os lipídeos não se misturam facilmente com o plasma, que é um meio aquoso.
As proteinas da lipoproteínas são chamadas de Apoproteínas.
Os lipídeos são principalmente o Colesterol, os Triglicerídeos e os Fosfoglicerídeos.
São subdivididas em Quilomicrons, VLDL, IDL, LDL e HDL
Lipoproteína de alta densidade - HDL As HDL são pequenas partículas constituídas por cerca de 50% de proteína, especialmente Apo A I e II, e pouca quantidade de Apo C e Apo E, 20% de colesterol, 30% de triglicerídeos e traços de fosfolipídio. A HDL pode ser separada em duas subclasses principais: HDL 2 e HDL 3, que diferem em tamanho, densidade e composição, especialmente em relação ao tipo de apoproteínas. Cumprem o importante papel de levar o colesterol até o fígado diretamente ou transferindo ésteres de colesterol para outras lipoproteínas, especialmente as VLDL. É atribuído à fração HDL 2 o papel de proteção do desenvolvimento da arteriosclerose.
Lipoproteína de baixa densidade - LDL A LDL representa 50% da massa total de lipoproteínas circulantes. São partículas bem menores, tão pequenas, que mesmo quando em grande quantidade não são capazes de turvar o plasma. O colesterol representa metade da massa da LDL. Cerca de 25% são proteínas, especialmente. Apo B-100 e pequenas quantidades de Apo C; o restante é constituído de fosfolipídios e triglicerídeos. É a lipoproteína que mais carrega colesterol. Tem a função de transportá-lo para locais onde ele exerce uma função fisiológica, como por exemplo a síntese de esteróides. São, em sua maior parte, produzidas a partir das lipoproteínas VLDL. Sua concentração sérica guarda relação direta com o aumento do risco de aterogênese.
Lipoproteínas de Muito Baixa Densidade - VLDL São partículas grandes, porém menores do que as partículas dos quilomícrons produzidas no fígado. São constituídas por 50% de triglicerídeos, 40% de colesterol e fosfolipídios e 10% de proteínas, principalmente Apo B-100, Apo C e alguma Apo E. Têm como função o transporte dos triglicerídeos endógenos e do colesterol para os tecidos periféricos para serem armazenados ou utilizados como fonte de energia. Assim como os quilomícrons, são capazes de turvar o soro.
Quilomícrons São grandes partículas produzidas pelas células intestinais, compostas de cerca de 85 a 95% de triglicerídeos de origem da dieta (exógeno), pequena quantidade de colesterol livre e fosfolipídios e 1 a 2% de proteínas. Por sua proporção lipídio/proteína, os quilomícrons flutuam, dando ao plasma um aspecto leitoso, formando, ainda, sobre ele, uma camada cremosa, quando deixado em repouso.
Apoproteínas
Apoproteínas da série A
As apo A-I, A-II e A-IV são encontradas na HDL.
A-I e A-II são sintetizadas tanto no fígado quanto no intestino, mas a apo A-IV forma-se apenas no intestino.
A-I corresponde a 80% de toda a proteína das HDL e é essencial para a integridade dessas partículas.
Apo A-I ativa a LCAT (que esterifica colesterol). Quanto mais A-I, menor risco de aterosclerose.
A apo B100 é produzida no fígado, onde é incorporada à VLDL.
É a única apoproteína da LDL. É indispensável à síntese e à montagem da VLDL. É o ligante para o receptor de LDL; este é uma proteína de superfície celular que fixa e internaliza a LDL. O domínio da apo B100 que funciona como ligante para o receptor para LDL é a seqüência situada entre os aminoácidos 3.200 e 3.600, uma região ausente na B48.
A apo B48 (quer dizer 48% do peso molecular da B100) é essencial à montagem e secreção dos quilomícrons ao nível dos intestinos. O gene que a gera é o mesmo da B100, o RNAm é o mesmo, mas o processamento deste é diferente: uma citidina (C) é trocada "propositalmente" por uridina (U) na base 6.666 do RNAm, gerando um códon sem sentido. O resultado (B48) é uma molécula com 48% dos aminoácidos da apo B100.
Apoproteínas da série C
São sintetizadas no fígado e estão em todas as lipoproteínas - menos na LDL.
Todas as apo C inibem a remoção dos remanescentes de quilomícrons e de VLDL pelo fígado.
A apo CII ativa a lipoproteína lipase (LPL), que digere (hidrolisa) os triglicerídeos (gordura) em quilomícrons e VLDL. Pessoas com déficit de CII exibem hipertrigliceridemia intensa. A apo CIII, ao contrário, inibe a LPL.
Apoproteína E
É sintetizada no fígado, neurônios, glia e macrófagos.
Ocorre em todas as lipoproteínas, com exceção da LDL. Participa da captação dessas lipoproteínas pelo fígado (via receptor para LDL).
Foram descritas a apo E2, E3 e E4, sendo que E2 é menos ativa. Ausência de apo E leva a aterosclerose precoce.
Apoproteína Lp (a)
É uma glicoproteína enorme, homóloga ao plasminogênio, sintetizada pelo fígado. No plasma, forma uma ligação covalente com a apo B100 das LDL, gerando uma nova lipoproteína, a Lp (a).
É a mais aterogênica das lipoproteínas, estando quase sempre muito elevada nos pacientes recentemente infartados.
A história do ateroma
Imperdível!!!!!
Um link muito interessante sobre ateroma!
http://br.youtube.com/watch?v=5gHIt-kx50I
Painel 4 - Patologias
Doenças que podem fazer com que os níveis de colesterol sejam aumentados
Síndrome metabólica
A síndrome metabólica é o conjunto de três ou mais doenças associadas ao excesso de peso ou obesidade. É mais freqüente em pessoas com excesso de gordura na região abdominal, a chamada gordura visceral. Este tipo de gordura está relacionado com a incidência maior de doenças.
As doenças ligadas à síndrome metabólica são hipertensão arterial, resistência à insulina, colesterol elevado, redução do HDL (colesterol bom) e aumento do LDL (colesterol ruim), triglicérides elevado e intolerância à glicose.
O tratamento para a síndrome metabólica é baseado em eliminação de peso, prática de atividade física, e em certos casos é necessário o uso de medicamentos.
Hipertensão Arterial
A hipertensão arterial ocorre quando há um aumento da pressão, podendo ocasionar vários problemas cardiovasculares.
Resistência à Insulina
A resistência à insulina ou hiperinsulinemia é uma doença onde há um aumento na produção de insulina, que é um hormônio produzido pelo pâncreas, para tentar manter os níveis de glicose sangüínea normais. Assim, os níveis de glicemia estão freqüentemente normais, mas a insulina está elevada.
Este é um fator de risco para o diabetes tipo 2 e resulta em algumas alterações como diminuição do HDL-colesterol e aumento do triglicérides.
Diabetes
No Brasil, cerca de 17 milhões de pessoas (10% da população) estão diabéticas.
O diabetes é caracterizado pelo aumento de glicose no sangue por deficiência de insulina ou por resistência à insulina. Existem 2 tipos: tipo I (insulino-dependente), geralmente adquirida por fatores genéticos e tipo II (não insulino-dependente), comumente causada pela obesidade e outros fatores ambientais. Podemos citar alguns fatores de risco, como histórico familiar de diabetes, sedentarismo, obesidade, doenças coronarianas e outros.
Colesterol elevado
O colesterol total é composto pelas frações: HDL (colesterol bom) e LDL (colesterol ruim) e triglicérides. Ele também é diagnosticado através do exame de sangue, sendo normal até 200mg/dl.
Os níveis aumentados de colesterol total, LDL-colesterol (>200 mg/dl) e triglicérides (>150mg/dl) podem acarretar em entupimento de veias e artérias causando o infarto e derrame. Como prevenção deve-se evitar gordura saturada, presente em produtos de origem animal, como manteigas, leite integral e derivados, carnes gordas, pele de frango, frituras em geral etc.
O colesterol total é composto pelas frações: HDL (colesterol bom) e LDL (colesterol ruim) e triglicérides. Ele também é diagnosticado através do exame de sangue, sendo normal até 200mg/dl.
Níveis adequado de colesterol
Dislipidemias
Designam-se dislipidemias as alterações metabólicas lipídicas decorrentes de distúrbios em qualquer fase do metabolismo lipídico, que ocasionem repercussão nos níveis séricos das lipoproteínas.
As dislipidemias podem ser dividias em primárias ou secundárias.
Primárias: Aquelas dislipidemias relacionadas a fatores genéticos, ou seja, a pessoa tem uma pré-disposição genética para desenvolver a doença.
Secundária: Aquelas dislipidemia relacionadas com o uso de fármacos como diuréticos, betabloqueadores, corticosteróides, como consequencia de doenças como insuficiência renal, hipertiroidismo, alcoolismo e uso excessivo de anabolizantes.
As dislipidemias primárias pode ser dividida em quatro tipos: Hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada, hiperlipidemia mista e redução isolada do HDL-colesterol.
Estudo de Framingham
Há mais de 55 anos, uma cidade dos Estados Unidos, Framingham em Massachusetts, foi selecionada pelo governo americano para ser o local de um estudo cardiovascular. Foram inicialmente recrutados 5.209 residentes saudáveis entre 30-60 anos de idade para uma avaliação clínica e laboratorial extensiva. Desde então a cada 2-4 anos, esta população e, atualmente as gerações descendentes, é reavaliada cuidadosamente e acompanhado em relação ao desenvolvimento de doença cardíaca. O consagrado
estudo de Framingham foi uma das primeiras coortes onde foi demonstrando a importância de alguns fatores de risco para o desenvolvimento de doença cardíaca e cerebrovascular 1. Parece inconcebível, mas antes do Framingham, a maioria dos médicos acreditava que aterosclerose era um processo de envelhecimento inevitável, a hipertensão arterial um resultante fisiológico deste processo que auxiliava o coração a bombear o sangue pelas artérias com lúmen reduzido. Foram mais de 1.000 publicações somente nesta coorte de paciente e milhares de outras que nos levaram,
ao longo das últimas décadas, para um entendimento detalhado e aprofundado das características individuais e ambientais relacionadas com maior probabilidade de doença cardíaca 2. Estudos estes que confirmaram a importância do tabagismo, níveis elevados de colesterol LDL, baixos de HDL, diabete melito, hipertensão arterial sistêmica, história familiar, obesidade, sedentarismo, obesidade central, síndrome plurimetabólica e ingesta de álcool como fatores fortemente relacionados com aterosclerose e suas manifestações clínicas.
Aterosclerose
Aterosclerose é a doença inflamatória crónica na qual ocorre a formação de ateromas dentro dos vasos sanguíneos.
Os ateromas são placas, compostas especialmente por lipídos e tecido fibroso, que se formam na parede dos vasos. Levam progressivamente à diminuição do diâmetro do vaso, podendo chegar a obstrução total do mesmo. A aterosclerose em geral é fatal quando afecta as artérias do coração ou do cérebro, órgãos que resistem apenas poucos minutos sem oxigênio.
Quais são as causas da aterosclerose?
A aterosclerose é causada pelo acúmulo de lípides (gorduras) nas artérias, que podem ser fabricados pelo próprio organismo ou adquiridos através dos alimentos. Ela começa quando monócitos (um tipo de leucócito mononuclear) migram da corrente sangüínea e depositam-se nas paredes arteriais e passam a acumular gorduras, principalmente colesterol, formando as placas ateroscleróticas ou ateromas.
As artérias afetadas pela aterosclerose perdem elasticidade e, à medida que essas placas de gordura crescem, as artérias estreitam-se.
Eventualmente essas placas podem se romper, havendo o contato das substâncias do interior da placa com o sangue, o que produz a imediata coagulação do sangue e, como conseqüência, a obstrução total e súbita do vaso, o que leva ao infarto do miocárdio.
Quais são os sintomas da aterosclerose?
Usualmente, a aterosclerose não produz qualquer tipo de sintoma até que um estreitamento acentuado ou obstrução de uma ou mais artérias ocorra. À medida que a aterosclerose estreita a artéria, o órgão afetado pode deixar de receber sangue suficiente para oxigenar os seus tecidos.
O sintoma depende do órgão afetado pela obstrução da artéria. Assim, se as artérias acometidas são as que levam sangue para o cérebro, a pessoa poderá sofrer um acidente vascular cerebral (derrame); ou se são aquelas que levam sangue para as pernas, ela sentirá dor ao caminhar (claudicação intermitente), podendo chegar até à gangrena; no caso de obstrução nas artérias coronárias (vasos que levam sangue ao coração), o sintoma será dor no peito, o que caracteriza a "angina" ou o "infarto" do coração.
Esses sintomas desenvolvem-se gradualmente, à medida que a artéria é obstruída.
Quais são os fatores de risco para a aterosclerose?
Estudos identificaram que certos indivíduos têm maior propensão ao desenvolvimento dessa doença. São aqueles que apresentam os chamados fatores de risco para aterosclerose, como o tabagismo, a alteração dos lípides ou gorduras sangüíneas (colesterol e/ou triglicérides), o aumento da pressão arterial, o diabete, a obesidade, a vida sedentária e estresse emocional.
Idosos, indivíduos do sexo masculino, mulheres após a menopausa e pessoas com antecedentes familiares de aterosclerose também têm maior tendência a desenvolver a doença.
Como a aterosclerose pode comprometer o organismo?
A aterosclerose pode afetar as artérias de órgãos vitais como o cérebro, coração e rins.
Se a aterosclerose não for evitada, ela pode comprometer o funcionamento desses órgãos e até mesmo levar à morte. A aterosclerose pode causar derrame cerebral, infarto do coração, claudicação intermitente etc.
Nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil, a aterosclerose é a principal causa de doenças e óbitos na população de mais de 50 anos.
Como evitar a aterosclerose?
A aterosclerose pode ser evitada combatendo-se os fatores de risco - nível de colesterol alto no sangue, hipertensão arterial, tabagismo, obesidade e sedentarismo, ou seja, dependendo do fator de risco do indivíduo, a prevenção consiste em diminuir o nível de colesterol no sangue, diminuir a pressão sangüínea, deixar de fumar, perder peso ou começar um programa de exercícios.
Evitar alimentos que produzem aumento de colesterol no sangue (os alimentos de origem animal - carnes e derivados, frutos do mar, leites e derivados, etc.) e ingerir alimentos sem colesterol (frutas, legumes, verduras, tubérculos e cereais) são hábitos que contribuem para controlar o nível de colesterol no sangue.
A prática de exercícios pode levar à redução de peso, que por sua vez ajuda a diminuir o nível de colesterol no sangue.
Parar de fumar ajuda a diminuir o nível de colesterol no sangue e a diminuir a pressão sangüínea. O fumo diminui o nível de "colesterol bom" no sangue - HDL colesterol - e aumenta o nível de "colesterol ruim" no sangue - LDL colesterol, contrai a parede arterial, diminuindo ainda mais o fluxo sangüíneo na artéria já obstruída pelo colesterol.
Hipercolesterolemia familiar
A hipercolesterolemia familiar demonstra como o descobrimento das bases genéticas de uma doença pode aumentar enormemente nosso entendimento da patologia e guiar o futuro tratamento. Hipercolesterolemia familiar é uma doença autossômica dominante. Esta doença é relativamente comum, afetando um em cada 500 indivíduos. A principal manifestação clínica desta doença é um distúrbio arteriesclerótico cardiovascular acelerado. Entre os pacientes que sofreram infarte do miocárdio antes dos 60 anos, a incidência de hipercolesterolemia familiar é de um em cada 20. A doença é caracterizada pela elevação do colesterol no soro, estando em uma faixa de 300-600 mg/dL e uma elevada taxa de lipoproteínas de baixa densidade (LDL), normalmente maior do que 200 mg/dL. Pacientes com hipercolesterolemia familiar possuem freqüentemente xantomas visíveis como um sinal da elevação dos lipídios. Indivíduos homozigotos para hipercolesterolemia familiar são raros, aproximadamente um em um milhão. Homozigotos são mais severamente afetados, freqüentemente sofrendo manifestações da doença arterioesclerótica cardiovascular quando criança e morrendo devido a essa doença antes dos 30 anos de idade.
Indivíduos heterozigotos para hipercolesterolemia familiar possuem um defeito na formação de receptores de LDL funcionais na superfície de suas células. Em heterozigotos, existe uma diminuição no número de receptores normais funcionais; os homozigotos possuem uma ausência de receptores. Quando LDLs se ligam funcionalmente aos receptores de LDL na célula, a partícula de LDL é internalizada na célula por uma estrutura especializada chamada buraco coberto. Quando o LDL é internalizado via um desses buracos cobertos, ele se degrada em colesterol livre. Este colesterol livre é um importante sinal regulador intracelular que resulta numa diminuição de ingestão celular do colesterol exógeno. Em heterozigotos com função anormal dos receptores de LDL, o sinal para limitar a ingestão de colesterol exógeno ainda é recebido, mas apenas em altos níveis de LDL. Concluindo, esses indivíduos possuem um mecanismo homeostático qualitativamente normal, mas que funciona apenas em altos níveis de LDL e colesterol. Isto resulta em distúrbio arterioesclerótico acelerado.
O defeito genético em hipercolesterolemia familiar não se deve apenas a uma única mutação em todos os indivíduos afetados. Diferentes mutações foram encontradas em diferentes porções do gene. O estudo dessas mutações tem sido um instrumento fornecedor de conhecimento com relação ao entendimento detalhado da biossíntese do LDL e do colesterol e a utilização celular.
Quatro classes principais de mutações foram encontradas. A mutação mais comum é o bloqueio no nível do gene resultando na falha da síntese do receptor de LDL. Na segunda classe de mutações, o receptor é sintetizado, mas a molécula protéica não é transportada do retículo endoplasmático à região do Complexo de Golgi na célula. O efeito disso é que o receptor nunca alcança a superfície celular. Na terceira classe de mutações, o receptor está normalmente localizado na superfície celular mas a ligação ao LDL falha devido a um defeito molecular na estrutura do receptor. A quarta classe de mutações vista em hipercolesterolemia familiar é caracterizada pela produção de um receptor de LDL normal que não se liga na região anatômica crítica do buraco coberto na superfície da célula, bloqueando então sua função.
O entendimento dos caminhos da biossíntese de LDL e colesterol e a interação destes com o receptor de LDL sugere o uso racional de diversas terapias. Restrições alimentares diminuindo o colesterol exógeno realmente produzem alguma diminuição nos níveis de colesterol e LDL no soro. Uma terapia alternativa é interferir com a circulação enterohepática da bile (rica em colesterol) usando resinas de troca de íon como a colestiramina. Também é possível interferir com a síntese do colesterol endógeno através da droga lovastatina.
Em resumo, estas terapias, individualmente ou combinadas, podem diminuir com sucesso as concentrações sanguíneas de LDL e colesterol a um nível muito próximo das taxas normais dos indivíduos heterozigotos para hipercolesterolemia familiar. Em homozigotos, onde nenhum receptor funcional de LDL está presente, essas terapias têm menos sucesso porque o caminho está qualitativamente interrompido ao invés de quantitativamente diminuído. Homozigotos com hipercolesterolemia familiar têm sido tratados com transplante de fígado no sentido de mantê-los com uma fonte celular que contenha um gene funcional. Isto algumas vezes deve estar combinado com transplante de coração para remover o problema já presente nas artérias coronárias secundárias devido aos altos níveis de colesterol.
Hipertrigliceridemia
Hipertrigliceridemia é forma de dislipidemia, mais correta e especificamente hiperlipidemia vinculada aos níveis séricos sangüíneos apenas dos triglicerídeos (triacilgliceróis), que se caracteriza pela elevação, acima dos níveis considerados normais, das concentrações séricas dos triglicerídeos. Quando se dá como hiper-disfunção singular, chama-se hipertrigliceridemia pura. Em conjunto com a hipercolesterolemia, chama-se hiperlipidemia conjugada ou hiperlipidemia mista.
Hipertrigliceridemia — isolada ou conjunta com hipercolesterolemia — podem contribuir para a instalação ou o agravamento de quadro clínico de ateroesclerose e, assim, são consideradas situações de risco. Isso é especialmente preocupante se tais níveis elevados de um ou de ambos (colesterol e triglicerídeos) são conjugadas com hábitos imoderados em ingestão de bebidas alcoólicas e/ou uso de derivados do tabaco, bem assim com vida sedentária.
Tratamento das dislipidemias
O tratamento das dislipidemias compreende em alimentação saudável e prática de exercícios. Em alguns casos, é necessária a utlização de fármacos até mesmo durante a vida toda.
Painel 5 -Contole do Colesterol
O principal objetivo ao se reduzir o colesterol é baixar o nívelde LDL e elevar o HDL.
O controle do colesterol começa pela mudança de hábitos alimentares e implementação de atividade física.
Um estudo recente mostrou que a alimentação balanceada e o exercício diminuem em cerca de 7 a 9% o colesterol total.
Dietoterapia
O objetivo da dietoterapia é reduzir os níveis de colesterol total,LDL e trigliceróis.Ela consiste na redução de gordura saturada e adequação do balanço calórico.Para isso recomenda-se a ingestão de frutas,vegetais folhosos,cereais e alimentos ricos em fibras. A figura abaixo representa as proporções adequadas dos alimentos, para uma dieta balanceada.
Chocolate e colesterol
Um estudo desenvolvido por cientistas da universidade da Califórnia mostou que o chocolate contém fenóis.Essas substâncias também são encontradas no vinho e, segundo os cientistas, são antioxidantes,que evitam a oxidação do LDL.
O chocolate também contém pequenas quantidades de óleos poliinsaturados que aumentam sutilmente o HDL. Apesar de ser rico em manteiga de cacau,segundo os pesquisadores,uma dieta rica em manteiga de cacau tem efeito completamente neutro sobre os níveis de colesterol total.
Exercícios Físicos
Um dos maiores benefícios da atividade física regular é a melhora do perfil lipídico a longo prazo.O tipo de exercício que mais atua no metyabolismo de lipoproteínas é o aeróbio,porque eleva a concentração sanguínea do HDL.
Além disso,reduz as concentrações plasmáticas dos triglicerídios.
A corrida,por exemplo, é um ótimo exercício para eliminar o estoque de gordura.Os lipídios são armazenados como triglicerídios(carboidrato).Assim,quando se começa uma corrida,os trigliceridios recebem um estímulo hormonal(de adrenalina,por exemplo) e os ácidos graxos se desprendem do glicerol.
Em seguida eles caem na corrente sanguínea,e se ligam a um transportador onde serão levados aos músculos cuja atividade exige no momento.Esses ácidos graxos penetram nas células musculares onde posteriormente haverá transformação em energia.
O tempo necessário de exercício para iniar a queima de gordura varia de acordo com o nivel de condicionamento físico da pessoa.Um sedentário usa lipídios como fonte predominante de energia depois de 30 minutos de atividade.Corredores que treinam três vezes por semana demoram menos,porque têm maior quantidade de transportadores de ácidos graxos.Já um atleta de elite leva de 3 a 5 minutos,pois seu organismo armazena parte da gordura dentro dos músculos,diminuindo o tempo de transporte.
Opções Terapêuticas
Algumas pessoas por questões biológicas ou hereditárias não conseguem diminuir de forma eficiente os níveis de clesterol total,mesmo tendo uma dieta alimentar e prática de exercício adequados. Nesses casos o médico deverá prescrever alguns fármacos.Entre os fármacos disponíveis atualmente estão as estatinas,resinas,niacina e fibratos.
Estatinas
As estatinas são os fármacos mais prescritos atualmente.Elas bloqueiam a produção de colesterol no fígado através da inibição da síntese de HMG-COA redutase.Hoje sabe-se que,além de inibir a síntese,elas induzem o aumento na expressão hepática do receptor para lipoproteínas de baixa intensidade.
Dessa maneira baixam o LDL e os trigliceróis,além de reduzir em pequenas proporções o HDL. Entre os efeitos colaterais provocados eventualmente pelo uso de estatinas estão:danos ao intestino e intestino,e o enfraquecimento dos músculos.
As principais estatinas disponíveis no mercado são:lovastatina,pravastatina,simvastatina.
Niacina
Além das estatinas temos a Niacina que é um complexo de vitamina B.Ela é encontrada nos alimentos e está disponível também à venda no mercado.Doses elevadas de niacinaaumentam os níveis de colesterol HDL,enquanto diminuem os níveis de colesterol LDL e de triglicerídios.
Os principais efeitos colaterais relacionados ao seu uso são:ruborização,coceira e dor de cabeça.
Fibratos
Os fibratos baixam o nível de triglicerídios,aumentam o HDL e baixam a concentração de LDL.O mecanismo de ação dos fibratos é potencializar a quebra de partículas de triglicerídios e diminuir a secreção de algumas proteínas.Além diddo induzem a síntese de HDL.
Resinas de Trocas de Ácidos Biliares
Finalmente temos as resinas de trocas de ácidos biliares que atuam através da ligação com os ácidos biliares no intestino impedindo sua reabsorção,e diminuindo assim o colesterol total e LDL;além de aumentar o HDL no sangue.
Seus efeitos colaterais são constipação,gases e mal-estar no estômago(dentre outros).
Obs.:Encontra-se disponível no blog um artigo muito intessante sobre as formas de tratamento do colesterol e uma matéria da revista Época sobre estatinas.Confiram!!!